Maria Helena Lesqueves Sandoval

Câncer de Pele – uma epidemia silenciosa

O câncer de pele consiste em um crescimento anormal e desordenado das células. O sinal de alerta mais comum sobre a sua existência são alterações na pele, tais como aspereza com fun­do avermelhado, pequena lesão que não cicatriza, pequena ele­vação na pele que sangra com o toque da toalha ou uma pinta que aumenta seu tamanho ou cor.

Esse crescimento pode apare­cer na pele de muitas maneiras. Precisamos estar atentos aos sinais (o que se vê) e aos sintomas (o que se sente) que apontam para os di­versos tipos de câncer de pele. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares; o mais perigoso é o melanoma.

Três tipos de câncer de pele:

1. Carcinoma basocelular
O carcinoma basocelular repre­senta 70% dos casos sendo mais comum em pessoas com idade acima de 40 anos com pele clara. Esse tipo de câncer de pele não produz metástase, mas pode com­prometer os tecidos em seu entor­no atingindo cartilagem e ossos. Sua ocorrência está associada à exposição solar acumulada duran­te a vida do indivíduo.

2. Carcinoma espinocelular
O segundo tipo mais comum é o carcinoma espinocelular. Esse tipo já pode se espalhar por meio de gânglios e pode provocar metástase. Entre as causas desse tipo de câncer de pele estão a exposição prolongada ao sol, principalmente sem proteção adequada, tabagismo (câncer de lábio), exposição a substâncias químicas com arsênio e alcatrão e, ainda, a alterações na imunidade.

3. Melanoma
O melanoma aparece com me­nor incidência estatística, mas é o mais perigoso para a saúde huma­na, com alto potencial de produzir metástase. Representa risco para a vida se não houver diagnóstico e tratamento precoces. Atinge mais comumente a pele clara e sensí­vel iniciando geralmente, em uma pinta escura, podendo surgir tam­bém em pele sã.

O melanoma é uma doença curável quando detectada preco­cemente. Nos estágios avançados ele se espalha pelos linfonodos e órgãos internos e pode resultar em morte. As maiores taxas estimadas em homens e mulheres encon­tram-se na região Sul do Brasil.

A exposição excessiva à radia­ção ultravioleta, originada do sol ou de dispositivos de bronzeamento artificial, é a mais importante cau­sa evitável de todos os cânceres de pele, incluindo o melanoma.

As pessoas que vivem perto do Equador, onde a luz do sol é mais intensa são mais propensos a desenvolver melanoma do que as de outras regiões. A exposi­ção ao bronzeamento artificial aumenta o risco de melanoma, especialmente em mulheres com 45 anos ou menos.

Nem todos os melanomas são exclusivamente relacionados à ex­posição solar. Outras influências possíveis incluem fatores genéti­cos e deficiências do sistema imunológico.

Identificando o melanoma
O diagnóstico da doença deve ser feito pelo médico dermatolo­gista e o paciente tem um papel importante no monitoramento contínuo dos sinais que surgem ou que se modificam em seu corpo.

Orientamos que as pessoas fi­quem atentas ao “ABCDE do Mela­noma”:

“A” de Assimetria – alguns me­lanomas malignos são assimé­tricos no estágio precoce. Já os sinais benignos, são redondos e simétricos.

“B” de Bordas – normalmente, os melanomas apresentam bordas irre­gulares. Os sinais comuns, pelo con­trário, têm bordas lisas e regulares.

“C” de Cor – tons que variam entre castanho escuro e preto são, geralmente, o indício de um mela­noma. Os sinais benignos apresen­tam, na maioria das vezes, só um tom de castanho.

“D” de Diâmetro – o melanoma tem, muitas vezes, diâmetro supe­rior a 6 mm. Os sinais, na maioria dos casos são pequenos, não pas­sando de 6 mm.

“E” de Evolução – observar uma evolução fora do comum, como coceira, aumento de tamanho ou sangramento.

Caso algum desses sinais es­tejam presentes na sua pele você deve procurar um dermatologista para estabelecimento do diagnós­tico e tratamento.

Prevenção ao câncer de pele
Proteção solar é a maior defesa contra o câncer de pele. Deve-se evitar o sol ou expor-se usando fil­tro e roupas protetoras.

Como a principal causa evitável do câncer é a exposição excessiva à radiação solar, a melhor preven­ção é restringir essa exposição para que ela seja de caráter temporário e cuidadoso, evitando os horários de sol mais forte de 10 às 16 horas.

A utilização de filtros sola­res com fator de proteção FPS 30 como rotina diária é altamente re­comendável, assim como roupas, chapéus e óculos.

Debate-se hoje na mídia na­cional os benefícios do sol, prin­cipalmente os ligados à produ­ção de vitamina “D”. A Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD defende que a exposição cuida­dosa ao sol, principalmente em um país ensolarado como o Bra­sil, já é suficiente para garantir os benefícios e que ultrapassar essa medida aumenta o risco de inci­dência do câncer de pele. A dosagem da Vitamina D no sangue leva o médico a suplemen­tá-la quando apresentar níveis bai­xos e seu excesso é tão prejudicial quanto a sua falta.

A obtenção de vitamina D a partir de uma dieta equilibrada, que inclui alimentos ricos nesta vitamina e a exposição ao sol de forma controlada e saudável é a al­ternativa mais segura para usufruir dos benefícios do sol sem se expor aos riscos dos raios ultravioleta.

A receita dermatológica mais básica para uma pele saudável e com aspecto jovial, mesmo com o avançar da idade é: “Evite o EXCES­SO de exposição solar!”

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